quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

Evangelho: Marcos 4:35-41 - 01.02.2025


 Marcos 4:35-41 (Vulgata)

  1. Et factum est in illa die, vespere facto, dicit illis: Transgrediamur latus trans fretum.
    E aconteceu naquela mesma tarde, já tendo-se feito noite, disse-lhes: "Passaremos para a outra margem."

  2. Et dimittunt turbam, et assumunt eum, sicuti erat in navi; et aliae naves erant cum illo.
    E deixando a multidão, tomaram-no assim como estava na barca; e outras barcas o seguiam.

  3. Et factus est subitus ventus magnus, et fluctus ferebant in navem, ita ut iam impleturentur.
    E houve uma grande tempestade de vento, e as ondas batiam na barca, de forma que ela já se enchia de água.

  4. Et ipse erat in puppi supra cervical, dormiens: et excitant eum, et dicunt ei: Magister, non est tibi cura, quia perimus?
    E ele estava na parte de trás, dormindo sobre um travesseiro, e o despertaram, dizendo-lhe: "Mestre, não te importa que pereçamos?"

  5. Et exsurgens, imperavit vento et aiunt mari: Tace, obmutesce. Et subiit tranquillitas magna.
    E, levantando-se, repreendeu o vento e disse ao mar: "Cala-te, emudece." E houve grande calma.

  6. Et ait illis: Quid timidi estis? Nec tamen fidem habetis?
    E disse-lhes: "Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?"

  7. Et timuerunt timore magno, et dicebant alterutrum: Quisnam est hic, quia et venti et mare obediunt ei?
    E temeram-se com grande temor, e diziam uns aos outros: "Quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?"

Reflexão:

Et ait illis: Quid timidi estis? Nec tamen fidem habetis?
E disse-lhes: "Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?" (Mc 4:40)

Essa pergunta de Jesus resume a essência do relato: a fé não é apenas uma crença passiva, mas a chave para a superação do medo e a comunhão com a realidade divina.

A barca em que os discípulos estão representa a jornada humana, em constante luta contra os ventos das adversidades e as ondas da incerteza. Contudo, a intervenção divina não é apenas um ato de salvação externa, mas também um convite ao despertar interior, onde a fé se torna o leme que guia as almas para águas mais profundas. O ato de Jesus acalmar a tempestade revela a força do espírito sobre as forças caóticas que nos cercam. Quando a confiança é depositada na essência divina, a paz se torna possível, não como uma ausência de desafios, mas como uma transcendência que une todas as partes do ser. O despertar da fé é, assim, um movimento do espírito que se orienta para o centro imutável, onde tudo encontra harmonia.

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