quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

Evangelho: Marcos 8:1-10 - 15.02.2025

 


Evangelium secundum Marcum 8,1-10

1 In diebus illis iterum cum turba multa esset nec haberent quod manducarent, convocatis discipulis, ait illis:
Nesses dias, outra vez, como houvesse uma grande multidão e não tivessem o que comer, chamou os discípulos e lhes disse:

2 «Misereor super turbam, quia ecce iam triduo sustinent me nec habent quod manducent;
Tenho compaixão dessa multidão, porque há já três dias que permanecem comigo e não têm o que comer;

3 et si dimisero eos ieiunos in domum suam, deficient in via; quidam enim ex eis de longe venerunt».
E se os despedir em jejum para suas casas, desfalecerão no caminho, pois alguns vieram de longe.»

4 Et responderunt ei discipuli sui: «Unde istos poterit quis hic saturare panibus in solitudine?».
E seus discípulos responderam: «De onde poderá alguém saciá-los de pão aqui no deserto?».

5 Et interrogabat eos: «Quot panes habetis?». Qui dixerunt: «Septem».
E perguntou-lhes: «Quantos pães tendes?». Responderam: «Sete».

6 Et praecepit turbae discumbere supra terram; et accipiens septem panes, gratias agens fregit et dabat discipulis suis, ut apponerent, et apposuerunt turbae.
E ordenou à multidão que se sentasse no chão; tomando os sete pães e dando graças, partiu-os e entregava-os a seus discípulos para que os servissem, e eles os distribuíram à multidão.

7 Et habebant pisciculos paucos; et benedicens eos, iussit hos quoque apponi.
Tinham também alguns peixinhos; e, tendo-os abençoado, mandou que igualmente os servissem.

8 Et manducaverunt et saturati sunt; et sustulerunt, quod superaverat de fragmentis, septem sportas.
Comeram e ficaram saciados; e recolheram, dos pedaços que sobraram, sete cestos.

9 Erant autem quasi quattuor milia; et dimisit eos.
Eram cerca de quatro mil pessoas; e despediu-os.

10 Et statim ascendens navem cum discipulis suis venit in partes Dalmanutha.
E, entrando logo no barco com seus discípulos, foi para a região de Dalmanuta.


Reflexão:

«Misereor super turbam, quia ecce iam triduo sustinent me nec habent quod manducent;


"Tenho compaixão dessa multidão, porque há já três dias que permanecem comigo e não têm o que comer;" (Mc 8:2)

Essa frase revela o coração compassivo de Cristo, que não apenas ensina, mas também se preocupa com as necessidades daqueles que o seguem. Ela expressa a convergência entre o espiritual e o material, mostrando que a fome do corpo e a fome da alma encontram resposta na misericórdia divina.

A multiplicação dos pães revela a dinâmica da evolução espiritual, onde a matéria se torna veículo de um alimento superior. Assim como a fome da multidão exigiu uma transformação dos recursos disponíveis, a consciência cresce ao integrar o finito ao infinito. O pão, quando compartilhado, transcende sua função e se torna sinal de comunhão. No percurso da existência, somos chamados a descobrir que a abundância não está na posse, mas na doação. Cada fragmento recolhido indica que nada se perde na economia do espírito. A vida avança quando a generosidade reconfigura a realidade. No encontro entre o humano e o divino, o verdadeiro alimento se manifesta.

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