sexta-feira, 23 de junho de 2023

Evangelho (Mt 10,26-33) - 25.06.2023


Naquele tempo Jesus dizia-lhes: «Não tenhais medo deles. Não há nada de oculto que não venha a ser revelado, e nada de escondido que não venha a ser conhecido. O que vos digo na escuridão, dizei-o à luz do dia; o que escutais ao pé do ouvido, proclamai-o sobre os telhados!


»Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas são incapazes de matar a alma! Pelo contrário, temei Aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno! Não se vendem dois pardais por uma moedinha? No entanto, nenhum deles cai no chão sem o consentimento do vosso Pai. Quanto a vós, até os cabelos da cabeça estão todos contados. Não tenhais medo! Vós valeis mais do que muitos pardais.


»Todo aquele, pois, que se declarar por mim diante dos homens, também eu me declararei por ele diante do meu Pai que está nos céus. Aquele, porém, que me renegar diante dos homens, também eu o renegarei diante de meu Pai que está nos céus».


«Não tenhais medo daqueles que matam o corpo»

P. Antoni POU OSB Monje de Montserrat

(Montserrat, Barcelona, Espanha)

Hoje, depois de escolher os doze, Jesus envia-os a pregar e os instrui. Adverte-os acerca da perseguição que possivelmente sofrerão e aconselha-os qual deve ser a sua atitude: « Não tenhais medo daqueles que matam o corpo, mas são incapazes de matar a alma! Pelo contrário, temei Aquele que pode destruir a alma e o corpo no inferno!» (Mt 10,28). O relato deste domingo desenvolve o tema da perseguição por Cristo com um estilo que recorda a última bem-aventurança do Sermão da Montanha (cf Mt 5,11).


O discurso de Jesus é paradoxal: por um lado diz duas vezes “não temais”, e apresenta-nos um Pai providente que tem solicitude inclusive pelas aves do campo; mas por outro lado, não nos diz que este Pai nos salve as contrariedades, bem pelo contrário: se somos seus seguidores, muito possivelmente teremos a mesma sorte que Ele e os demais profetas. Como entender isto, então? A proteção de Deus é a sua capacidade de dar vida à nossa pessoa (nossa alma), e proporcionar-lhe felicidade inclusive nas tribulações e perseguições. Ele é quem pode dar-nos a alegria do seu Reino que provem de uma vida profunda, experimentável já agora e que é presente de vida eterna: «Todo aquele, pois, que se declarar por mim diante dos homens, também eu me declararei por ele diante do meu Pai que está nos céus.» (Mt 10,32).


Confiar em que Deus estará junto de nós nos momentos difíceis dá-nos valentia para anunciar as palavras de Jesus em plena luz, e dá-nos a energia capaz de fazer o bem, para que por meio das nossas obras a gente possa dar glória ao Pai celeste. Ensina-nos Santo Anselmo: «Fazei tudo por Deus e por aquela feliz e eterna vida que nosso Salvador se digna conceder-nos no céu».

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