terça-feira, 25 de dezembro de 2018

Evangelho - João 1,19-28 - 02.01.2018



Aleluia, aleluia, aleluia.

Depois de ter falado, no passado, aos nossos pais pelos profetas muitas vezes, em nossos dias Deus falou-nos por seu Filho (Hb 1,1s).


Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João.

1 19 Este foi o testemunho de João, quando os judeus lhe enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas para perguntar-lhe: “Quem és tu?”

20 Ele fez esta declaração que confirmou sem hesitar: “Eu não sou o Cristo”.

21 “Pois, então, quem és?”, perguntaram-lhe eles. “És tu Elias?” Disse ele: “Não o sou”. “És tu o profeta?” Ele respondeu: “Não”.

22 Perguntaram-lhe de novo: “Dize-nos, afinal, quem és, para que possamos dar uma resposta aos que nos enviaram. Que dizes de ti mesmo?”

23 Ele respondeu: “Eu sou a voz que clama no deserto: ‘Endireitai o caminho do Senhor, como o disse o profeta Isaías’”.

24 Alguns dos emissários eram fariseus.

25 Continuaram a perguntar-lhe: “Como, pois, batizas, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta?”

26 João respondeu: “Eu batizo com água, mas no meio de vós está quem vós não conheceis.

27 Esse é quem vem depois de mim; e eu não sou digno de lhe desatar a correia do calçado”.

28 Este diálogo se passou em Betânia, além do Jordão, onde João estava batizando.

Palavra da Salvação.

https://www.liturgiacatolica.com/

Reflexão
«Mas entre vós está alguém (…) aquele que vem depois de mim»

Mons. Romà CASANOVA i Casanova Bispo de Vic
(Barcelona, Espanha)

Hoje, no Evangelho da liturgia eucarística, lemos o testemunho de João Batista. O texto que precede estas palavras do Evangelho segundo São João é o prólogo em que se afirma com clareza: «E a Palavra se fez carne e veio morar entre nós» (Jo 1,14). Aquilo que no prólogo —a modo de grande abertura— se anuncia, manifesta-se agora, passo a passo, no Evangelho. O mistério do Verbo encarnado é o mistério da salvação para a humanidade: «A graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo» (Jo 1,17). A salvação chega-nos por meio de Jesus Cristo e, a fé é a resposta à manifestação de Cristo.

O mistério da salvação em Cristo está sempre acompanhado pelo testemunho. O próprio Jesus Cristo é o «Amém, a testemunha fiel e verdadeira» (Ap 3,14). João Batista é quem dele dá testemunho, com a sua missão e visão de profeta: «entre vós está alguém que vós não conheceis (…) aquele que vem depois de mim» (Jo 1,26-27).

E os Apóstolos entendem a sua missão: «Deus ressuscitou este mesmo Jesus, e disso todos nós somos testemunhas» (At 2,32). A Igreja, toda ela, e, portanto todos os seus membros têm a missão de serem testemunhas. O testemunho que trazemos ao mundo tem um nome. O Evangelho é o próprio Jesus Cristo. Ele é a “Boa Nova”. E a proclamação do Evangelho por todo o mundo deve ser igualmente entendida como clave do testemunho que une inseparavelmente o anúncio e a vida. É conveniente recordar aquelas palavras do Papa Paulo VI. «O homem contemporâneo escuta melhor quem dá testemunho do que quem ensina (…) ou, se escutam os que ensinam, é porque disso dão testemunho».

«Eu sou a voz de quem grita no deserto: ‘Endireitai o caminho para o Senhor!»

Rev. D. Joan COSTA i Bou
(Barcelona, Espanha)

Hoje, o Evangelho propõe à nossa contemplação a figura de João Batista. «Quem és tu?», perguntam-lhe os sacerdotes e os levitas. A resposta de João manifesta claramente a consciência de cumprir uma missão: preparar a vinda do Messias. João responde aos emissários: «Eu sou a voz de quem grita no deserto: Endireitai o caminho para o Senhor» (Jo 1,23). Ser a voz de Cristo, o seu altifalante, aquele que anuncia o Salvador do mundo e prepara a Sua vinda: esta é a missão de João e, tal como dele, de todas as pessoas que se sabem e sentem depositárias do tesouro da fé.

Toda a missão divina tem por fundamento uma vocação, também divina, que garante a sua realização. Tenho a certeza de uma coisa, dizia São Paulo aos cristãos de Filipos: «Aquele que começou em vós tão boa obra há-de levá-la a bom termo, até o dia do Cristo Jesus.» (Flp 1,6). Todos, chamados por Cristo à santidade, temos de ser a Sua voz no meio do mundo. Um mundo que, muitas vezes, vive de costas para Deus e que não ama o Senhor. É preciso que O tornemos presente e O anunciemos com o testemunho da nossa vida e da nossa palavra. Não o fazer, seria atraiçoar a nossa vocação mais profunda e a nossa missão. «Pela sua própria natureza, a vocação cristã é também vocação para o apostolado.», comenta o Concílio Vaticano II.

A grandeza da nossa vocação e da missão que Deus nos destinou não provém dos nossos méritos, mas daquele a Quem servimos. Assim o exprimiu João Batista: «Não sou digno de desatar as correias da sandália» (Jo 1,27). Como Deus confia nas pessoas!

Agradeçamos de todo o coração a chamada a participar da vida divina e a missão de ser, para o nosso mundo, além da voz de Cristo, também as Suas mãos, o Seu coração e o Seu olhar e renovemos, agora, o nosso desejo sincero de sermos fiéis.

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